
No post Acumuladores Digitais, o Pinguim Investidor fez o seguinte comentário:
Temos mesmo que proteger nosso tempo fazendo análises críticas sobre o que vale a pena consumir.
Apesar de raramente percebermos, muitas vezes acreditamos que estamos no controle, quando na realidade estamos sutilmente sendo controlados. Não me refiro à tecnologia, mas à vida cotidiana de forma geral.
No supermercado
As embalagens mais bonitas, mais coloridas e que mais atraem a nossa atenção são as que trazem em seu interior os produtos mais nocivos à saúde. E são as que têm mais peças publicitárias veiculadas na mídia.
Você já viu alguma propaganda sobre a couve?

Há produtos que se vendem sozinhos. E há produtos que precisam de muita estratégia empresarial e uma boa embalagem, pois caso contrário, dificilmente sairiam das prateleiras para as casas dos consumidores.
Onde foi que perdemos a análise crítica nesse caso, já que o objetivo principal da alimentação é suprir as necessidades orgânicas e não prejudicar a saúde?
Entretenimento
É comum ouvirmos frases como: “Eu preciso ver tal filme.”
Precisa? Precisa mesmo?
Por que precisa?
Por que outras pessoas assistiram e você não? Se o seu raciocínio for somente esse, que diferença faz assistir ou não?
Agora também está na moda a “maratona de seriados”. Um dia inteiro ou um final de semana em frente do televisor…
O “maratonista” acaba sendo de certa forma exaltado por seu feito. E sempre, ao menos uma pessoa diz: “Eu também preciso assistir tal seriado.” Precisa mesmo?
Jornais na televisão aberta não seriam exatamente entretenimento, mas há pessoas que assistem um jornal atrás do outro: quando acaba o jornal do canal A, assistem o jornal do canal B e depois o do canal C.
Todas as vezes que tive coragem de perguntar qual o motivo da pessoa querer tanta informação, as resposta eram basicamente as mesmas:
1) A notícia e/ou as imagens mostradas por outro ângulo.
2) Um jornal apresentar uma notícia que não estava na pauta do outro jornal.
Se nas décadas anteriores os jogos de computadores e consoles faziam parte da vida de um grupo mais específico de pessoas, hoje com os smartphones e a ampla opção de jogos de todos os tipos e para todos os gostos, a quantidade de jogadores aumentou bastante.
Até as gerações que criticavam também estão jogando.
Jogos de raciocínio são bons para o cérebro, mas e os outros?

Onde eu quero chegar
Vivemos na sociedade dos excessos, das ilusões, da superficialidade, do descartável.
Nem todos percebem, mas como muitos não têm alimentado a mente com coisas mais substanciais como o “arroz e feijão mental”, essa necessidade passa a ser substituída de forma insatisfatória por produtos como os que citei acima.
Devido a necessidade mental não ser suprida, há mais consumo que produz mais satisfação passageira, que pede mais consumo em um círculo vicioso por tempo indeterminado. Por isso é necessário sabedoria e muita força de vontade para romper com esse ciclo que se tornou tão habitual.
Além do dinheiro e energia gastos com tais produtos, há também o tempo, que muitas vezes nem é considerado, mesmo sendo o ativo mais valioso que possuímos ao lado da saúde.
Um minuto que passou não volta mais. Já pensou nisso?
Se pudéssemos contabilizar a quantidade de horas que perdemos com futilidades e ilusões, acredito que ficaríamos horrorizados. Por isso, procure valorizar o que é importante para você.
Analise de forma crítica seus hábitos de consumo e estilo de vida.
Muitas vezes acreditamos que somos os consumidores quando na realidade nós é que estamos sendo o produto.
Este texto é parte da campanha Janeiro Verde. Veja mais em https://www.instagram.com/janeiroverde
Publicado originalmente em Simplicidade e Harmonia.